Mauricio Corsetti

Acredito que minha vida realmente começou quando a psicologia entrou nela, ou melhor, recomeçou. Eu tinha cerca de 30 anos quando enfrentei uma profunda depressão e me vi perdido, sem forças e sem vontade. Naquele momento, nada fazia sentido, e eu, que antes me sentia dono do mundo e nutria todos os preconceitos possíveis sobre terapia — achando que era algo para quem não tinha amigos — me vi cercado por pessoas que não compreendiam o que eu estava vivendo. Percebi que precisava de ajuda para me reencontrar e, felizmente, encontrei excelentes profissionais ao longo do caminho. Foi assim que tudo recomeçou em 2003.

A partir desse ponto, reconstruí minha carreira e minha vida, revisitando os rótulos que me identificavam, alguns impostos pelos outros e outros que eu mesmo havia criado. Sempre havia uma forma de me descrever — positiva ou negativa — e a expectativa se tornou um fator determinante no meu comportamento.

Foi preciso realizar uma revisão dos meus valores pessoais.

Iniciei meus estudos ainda durante o tratamento, pois queria compreender tudo que minha psicóloga me falava. Quando aceitei o tratamento (o que é bem diferente de apenas “fazer terapia”), mergulhei em um intenso questionamento interno e nos estudos, começando pela psicologia analítica de Jung, onde interpretei meus próprios sonhos, reconhecendo símbolos e significados que permeavam minha vida.

Minha experiência profissional sempre foi em grandes empresas, na área de marketing, vendas e relacionamento. Era comum sentir a necessidade de manter um sorriso no rosto, um comportamento esperado de um executivo de sucesso e liderança. No entanto, forçar um sorriso era desafiador e, muitas vezes, parecia impossível. Eu acreditava — de forma equivocada — que era possível mudar sem me transformar. Assim, intercalava meus estudos em psicologia com um MBA em administração e marketing e outras especializações.

Em uma carreira paralela, já atuava com orientação de carreira e coach, e rapidamente percebi o gosto por ajudar as pessoas a entenderem suas próprias vidas, ouvir suas dores e contribuir para seus processos.

"Percebi que a única constante é a mudança!"

Eu precisava mudar. Ao decidir migrar de carreira, buscando experiências mais alinhadas com meu propósito, iniciei minha atuação no terceiro setor, trabalhando com organizações sociais e causas como educação e meio ambiente, entre outras.

Em meio a pessoas fora do meu círculo habitual, adotei princípios taoístas, decoloniais, antirracistas e feministas, dedicando-me ao estudo da ética e dos afetos. A filosofia sempre esteve presente em minha trajetória, envolvendo até uma pitada de anarquismo, o que considero positivo.

Meu objetivo se transformou, permitindo-me dedicar-me integralmente à psicologia. Desde a pandemia, venho estruturando e construindo uma prática clínica que vai além de um espaço físico ou de um diploma. Embora esses fatores sejam importantes, trata-se de um modo de vida. A promoção do bem-estar e da saúde mental também exige mudanças em nossas vidas, pois a mudança é a única constante.

O mundo em que vivemos é rígido e opressor; cada pessoa o enfrenta com suas dificuldades próprias de acordo com suas condições financeiras e sociais, a saúde mental está comprometida de partida e ninguém está livre disso. Compreender nossa racialização e a multifacetada geração de pessoas contribui para tornar nosso mundo mais inclusivo. Não somos iguais; somos diversos e singulares, e as soluções não são únicas ou fáceis.

Atualmente, vivemos uma epidemia de problemas de saúde mental. Não podemos mais tratá-la como um tabu. A Organização Mundial da Saúde, em um estudo de 2022, indicou que 970 milhões de pessoas sofrem de algum tipo de transtorno relacionado, o que representa 12% da população mundial. Desses, 60% convivem com níveis variados de depressão e ansiedade. No Brasil, os antidepressivos figuram entre os medicamentos mais vendidos. Para agravar a situação, a tecnologia, embora nos conecte, também pode nos isolar.

Minha proposta é construir uma vida que transcenda o mundo ao nosso redor. Se nossa sociedade não ajuda, devemos trabalhar nossa mente para criar um espaço seguro, aprendendo quem somos e reconhecendo aquilo que desafia nossa existência, para que possamos praticar no mundo real, e não no imaginado. A vida é maior que o mundo.

Esta clínica se baseia na diferença, utilizando tanto a filosofia quanto a psicologia. A esquizoanálise de Deleuze e Guattari fornece ferramentas valiosas para uma clínica moderna, voltada para a vida.

Na vida, temos mais chances de estabelecer conexões reais e satisfatórias com as pessoas, deixando de lado a necessidade de sermos quem não somos ou lidarmos com uma pretensa outra pessoa. A conexão genuína passa pelo desarme e pelo encontro. O que é, é.

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